Transição tributária: como evitar autuações nos primeiros 90 dias

A fiscalização pedagógica de 2026 é automatizada. Seus sistemas têm 16 dias para estarem prontos, ou cada erro vira autuação com prazo de 60 dias para correção.

A Nota Técnica 2025.002 (versão 1.33), publicada em 2 de dezembro de 2025, flexibilizou temporariamente algumas validações automáticas de notas fiscais para evitar rejeições massivas em janeiro.

Mas há uma nuance técnica que muitas empresas não perceberam: a flexibilização é apenas na autorização, não na conformidade.

Traduzindo: seu sistema pode conseguir autorizar uma nota fiscal sem todos os campos de CBS e IBS preenchidos corretamente, mas você está em não compliance perante a Lei Complementar 214/2025.

E quando a escrituração fiscal for cruzada com os documentos emitidos, a inconsistência será detectada automaticamente, gerando autuação.

O senador Eduardo Braga foi claro sobre o caráter pedagógico da fiscalização em 2026: autuações acontecem, mas há 60 dias para corrigir.

Passado esse prazo sem correção, o passivo fiscal se consolida.

Aqui está o problema: a maioria das empresas vai descobrir que está em não conformidade apenas quando o cruzamento automático do Fisco detectar a inconsistência semanas ou meses depois da operação.

E aí o prazo de 60 dias para corrigir centenas ou milhares de documentos fiscais vira uma corrida contra o tempo impossível de vencer manualmente.

Os primeiros 90 dias de 2026 vão expor brutalmente quais empresas investiram em tecnologia fiscal robusta e quais estão operando com sistemas legados, processos manuais e validações deficientes.

Este artigo detalha os principais vetores de autuação automatizada, os pontos críticos de detecção pelo Fisco, e como a tecnologia de ponta pode prevenir esses erros antes que eles aconteçam.

A automação da fiscalização: como funciona na prática

Cruzamentos automáticos em tempo real

A Receita Federal e as Secretarias da Fazenda estaduais operam sistemas de cruzamento de dados cada vez mais sofisticados. Em 2026, com a introdução de CBS e IBS, esses sistemas ganham novos parâmetros de validação:

Cruzamentos de primeira camada (imediatos):

NF-e emitida x campos obrigatórios de CBS/IBS
Valores destacados na nota x cálculo esperado (base x alíquota)
CST informado x natureza da operação
NCM informado x regime tributário aplicável

Cruzamentos de segunda camada (escrituração):

Notas fiscais emitidas x registros na EFD
Créditos escriturados x notas fiscais de entrada
Débitos apurados x notas fiscais de saída
Compensação CBS/IBS com PIS/COFINS x documentação

Cruzamentos de terceira camada (inteligência fiscal):

Fornecedor emitiu nota com CBS/IBS x Comprador escriturou crédito
Padrão de erro recorrente x histórico da empresa
Operações atípicas x perfil de operação habitual
Margem de lucro declarada x setor econômico

Esses cruzamentos não dependem de fiscalização humana. São algorítmicos, automáticos e executados em escala.

A armadilha da validação flexível

A Nota Técnica 2025.002 foi uma resposta do Governo Federal à pressão de entidades empresariais que alertaram: sistemas não estão prontos, vai haver caos em janeiro.

A solução foi postergar algumas validações automáticas na autorização da nota. Mas a obrigatoriedade legal permanece.

Isso cria uma armadilha perigosa:

Empresa emite nota fiscal em janeiro sem CBS/IBS destacado corretamente
Nota é autorizada (porque validação está flexível)
Empresa assume que “está tudo certo”
Escrituração fiscal de janeiro é entregue em fevereiro
Cruzamento automático detecta inconsistência: nota autorizada ≠ obrigação legal
Autuação pedagógica emitida em março
Empresa tem até maio para corrigir TODAS as notas de janeiro

Agora imagine corrigir manualmente 10.000 notas fiscais em 60 dias.

É operacionalmente inviável.

Os cinco vetores críticos de autuação nos primeiros 90 dias

Vetor 1: Rejeição silenciosa de documentos fiscais

A flexibilização da Nota Técnica não significa que todas as validações foram desligadas. Algumas continuam ativas e vão rejeitar notas imediatamente:

Rejeições ativas desde 1º de janeiro:

Rejeição 1115: Falta de preenchimento de campos obrigatórios de IBS/CBS (ativa desde 5 de janeiro em produção)
Rejeições de CST inválidos: Códigos de Situação Tributária inexistentes ou incompatíveis com a operação
Rejeições de NCM: Códigos desatualizados ou inexistentes na tabela vigente
Rejeições de cálculo: Valores de tributos incompatíveis com base x alíquota

O problema operacional:

Empresas com alto volume de emissões (varejo, e-commerce, distribuição) podem ter centenas de rejeições por dia. Se o sistema não detectar e corrigir automaticamente, cada rejeição vira:

Operação travada (venda não realizada)
Atendimento ao cliente impactado (atraso na entrega)
Retrabalho manual da equipe fiscal
Risco de perda de receita (cliente desiste da compra)

Como a Auditto previne:

✓ Validação pré-emissão: Antes da nota ser enviada para a SEFAZ, nossos robôs validam todos os campos obrigatórios contra as regras vigentes
✓ Correção automática: Erros detectáveis (NCM desatualizado, CST incorreto) são corrigidos automaticamente antes da emissão
✓ Alertas em tempo real: Erros que exigem decisão humana geram alertas imediatos para a equipe fiscal
✓ Rastreamento de rejeições: Toda rejeição é logada, categorizada e monitorada até resolução

Vetor 2: Inconsistências na escrituração fiscal (EFD)

A EFD-ICMS/IPI precisa refletir fielmente todas as operações de CBS e IBS. Mas a adaptação dos registros é complexa:

Novos registros obrigatórios:

Registros C100 e C190 adaptados com campos de CBS/IBS
Novos blocos específicos para apuração de IBS e CBS
Cruzamento entre documentos fiscais e apuração
Demonstração de compensação com PIS/COFINS

Pontos críticos de inconsistência:

Valores divergentes: Soma das notas fiscais ≠ valor total na EFD
Créditos sem respaldo: Crédito escriturado sem nota fiscal de entrada correspondente
Débitos subestimados: Notas de saída emitidas mas não refletidas na apuração
Compensação mal documentada: CBS/IBS compensado com PIS/COFINS sem demonstração clara

Cronograma crítico:

Janeiro/2026: Operações realizadas
Fevereiro/2026: EFD de janeiro entregue (até final de fevereiro)
Março/2026: Cruzamentos automáticos do Fisco detectam inconsistências
Abril/2026: Autuações pedagógicas emitidas
Maio/2026: Prazo final para correção (60 dias após autuação)

A janela entre emissão da nota e autuação pode ser de 90 dias. Empresas que descobrem erros apenas na autuação têm prazo curtíssimo para corrigir.

Como a Auditto previne:

✓ Docflow automatizado: Nosso sistema valida a consistência entre documentos fiscais e escrituração antes da entrega da EFD
✓ Auditoria contínua: Cruzamentos são executados diariamente (não apenas no fechamento do mês)
✓ Detecção proativa de divergências: Inconsistências são identificadas e alertadas em tempo real
✓ Simulação de apuração: Antes de fechar o mês, sistema simula a apuração e identifica erros potenciais

Vetor 3: Perda de créditos tributários por erros de fornecedores

No IVA, crédito tributário depende de nota fiscal de entrada válida. Se seu fornecedor emitir nota incorreta, você perde crédito e não tem como saber até cruzar os dados.

Cenários críticos:

Fornecedor não destacou CBS/IBS: Nota válida, mas sem direito a crédito
Fornecedor usou NCM errado: Crédito tomado indevidamente = estorno + multa
Fornecedor está irregular: Crédito não é aceito pelo Fisco
Nota cancelada/inutilizada: Crédito escriturado precisa ser estornado

O risco financeiro:

Para empresas com milhares de fornecedores, validar manualmente cada nota de entrada é impossível. Mas tomar crédito de nota inválida gera autuação.

Em 2026, com alíquotas de 1% (0,9% CBS + 0,1% IBS), o impacto financeiro é “gerenciável”. Mas em 2027, quando CBS subir para aproximadamente 8% a 9%, crédito perdido pode destruir a margem completamente.

Como a Auditto previne:

✓ Captura e resgate de XML: Monitoramos e baixamos automaticamente todas as notas de entrada (mesmo sem chave de acesso)
✓ Validação automática de fornecedores: Verificamos se o fornecedor está apto a gerar crédito válido
✓ Cruzamento de notas canceladas/inutilizadas: Status das notas atualizado em tempo real
✓ Alertas de crédito em risco: Notificamos proativamente quando há problema com nota de fornecedor

Vetor 4: Falhas tecnológicas que travam operação

Sistemas legados não foram projetados para a complexidade de 2026: calcular tributos antigos (PIS/COFINS/ICMS/ISS) E novos (CBS/IBS) simultaneamente, com regras diferentes, validações distintas, e cruzamentos complexos.

Sintomas de sistema inadequado:

Lentidão: Tempo de emissão de nota aumenta drasticamente
Erros de cálculo: Valores de CBS/IBS incorretos
Campos não preenchidos: Sistema não atualizado com novos campos obrigatórios
Travamentos: Sistema não aguenta volume de processamento
Falta de integração: ERP não se comunica adequadamente com módulo fiscal

O impacto operacional real:

Em janeiro, quando o volume de operações voltar ao normal (pós-festas de fim de ano), sistemas inadequados vão travar. E sem nota fiscal, você não vende.

Aconteceu em outras transições regulatórias (eSocial, REINF, NF-e 4.0). Empresas ficaram literalmente sem conseguir emitir nota por dias ou semanas.

Como a Auditto previne:

✓ Processamento escalável (AWS): Infraestrutura em nuvem que ajusta capacidade automaticamente conforme demanda
✓ 80+ robôs trabalhando 24/7: Validações distribuídas, sem gargalo de processamento
✓ Integração completa com ERPs: Dados fluem automaticamente entre sistemas
✓ Zero dependência de processos manuais: Da emissão da nota à entrega da EFD, tudo automatizado

Vetor 5: Falta de rastreabilidade e auditoria interna

Quando a autuação chegar (e ela vai chegar, mesmo para empresas bem preparadas), você tem 60 dias para:

Identificar todas as operações com problema
Corrigir os erros
Reenviar documentação ao Fisco
Comprovar a correção

Se você não tiver rastreabilidade completa de todas as operações, esse prazo é insuficiente.

O que é rastreabilidade completa:

Histórico de todas as notas emitidas (incluindo versões corrigidas)
Log de todas as validações executadas
Documentação de todas as decisões tributárias tomadas
Cruzamento auditável entre notas, EFD, apuração e compensação
Justificativas técnicas para classificações e tratamentos tributários

Como a Auditto entrega:

✓ Histórico completo de operações: Toda nota, toda validação, todo cruzamento — auditável a qualquer momento
✓ Relatórios de conformidade: Demonstração automática de que obrigações foram cumpridas
✓ Dashboards de risco: Visualização em tempo real de operações com problemas potenciais
✓ Exportação para defesa: Dados estruturados prontos para uso em impugnações ou correções

Checklist tecnológico: seu sistema está pronto?

Faltam 16 dias para o dia 1º de janeiro. Use este checklist para avaliar se sua infraestrutura tecnológica está pronta:

Emissão de documentos fiscais

[ ] Sistema atualizado com novos campos de CBS/IBS (cClassTrib, alíquotas, valores)
[ ] Validação automática de campos obrigatórios antes da emissão
[ ] Cálculo correto de CBS (0,9%) e IBS (0,1%) por item
[ ] CST adequados para operações com os novos tributos
[ ] Teste de emissão em ambiente de homologação realizado e aprovado
[ ] Tempo de emissão de nota dentro do esperado (sem lentidão)
[ ] Taxa de rejeição < 1% nos últimos testes
[ ] Integração com ERP funcionando perfeitamente

Escrituração fiscal

[ ] EFD-ICMS/IPI adaptada com novos registros de CBS/IBS
[ ] Registros C100 e C190 com campos adicionais implementados
[ ] Blocos de apuração de CBS e IBS configurados
[ ] Cruzamento automático entre notas e EFD implementado
[ ] Validação de consistência antes da entrega
[ ] Demonstração de compensação CBS/IBS com PIS/COFINS automatizada
[ ] Teste de entrega em ambiente de homologação realizado

Gestão de créditos tributários

[ ] Captura automática de XMLs de fornecedores (mesmo sem chave)
[ ] Validação automática de notas de entrada
[ ] Cruzamento de status (canceladas, inutilizadas) em tempo real
[ ] Segregação de créditos válidos vs. inválidos
[ ] Alertas de notas de fornecedores com problema
[ ] Rastreabilidade completa da cadeia de créditos

Monitoramento e auditoria

[ ] Dashboard de conformidade em tempo real
[ ] Alertas automáticos de inconsistências
[ ] Relatórios de risco fiscal
[ ] Histórico completo de operações auditável
[ ] KPIs de performance fiscal (taxa de rejeição, tempo de emissão, divergências)
[ ] Exportação de dados para defesa/impugnação

Infraestrutura e escalabilidade

[ ] Capacidade de processamento testada com volume real de operações
[ ] Plano de contingência para picos de demanda
[ ] Backup e recuperação de dados garantidos
[ ] Integração entre sistemas (ERP, fiscal, financeiro) validada
[ ] Equipe técnica treinada e disponível para suporte em janeiro

Se você marcou menos de 80% dos itens, seu risco de autuação nos primeiros 90 dias É ALTO.

A diferença entre sistema legado e tecnologia de ponta

Sistema legado em 2026:

❌ Emite nota com campos de CBS/IBS incompletos (porque sistema não foi atualizado) ❌ Nota é autorizada (validação flexível), mas está em não compliance ❌ Inconsistência detectada apenas na entrega da EFD (30-60 dias depois) ❌ Autuação pedagógica chega em março ❌ Empresa tem até maio para corrigir milhares de notas manualmente ❌ Prazo insuficiente = autuação definitiva + multa + passivo fiscal

Auditto em 2026:

✅ Valida todos os campos ANTES da emissão ✅ Correções automáticas quando possível ✅ Alertas em tempo real para erros que exigem decisão humana ✅ Cruzamento contínuo entre notas e EFD (detecta problema em horas, não em meses) ✅ Correção proativa antes que vire autuação ✅ Rastreabilidade completa para defesa caso autuação aconteça

O resultado prático:

Empresas com Auditto vão atravessar os primeiros 90 dias com total conformidade, zero retrabalho, e tranquilidade operacional.

Empresas com sistemas legados vão passar o trimestre apagando incêndios, corrigindo erros em prazo apertado, e acumulando passivos contingentes.

O custo real de não estar preparado

Cenário 1: Empresa de médio porte (5.000 notas/mês)

Sistema legado:

Taxa de erro: 5% (250 notas/mês com problema)
Tempo de correção manual: 15 minutos/nota
Custo de retrabalho: 62,5 horas/mês (1,5 funcionário em tempo integral)
Risco de autuação: ALTO (erros recorrentes não corrigidos a tempo)
Perda de crédito: R$ 50.000 a R$ 200.000 em 2026 (dependendo do mix de produtos)

Com Auditto:

Taxa de erro: < 0,5% (25 notas/mês com problema, detectadas ANTES da emissão)
Tempo de correção: automático (robôs corrigem em segundos)
Custo de retrabalho: próximo de zero
Risco de autuação: BAIXO (erros corrigidos proativamente)
Perda de crédito: mínima (validação de fornecedores automática)

ROI da tecnologia: investimento se paga em menos de 90 dias.

Cenário 2: Grande empresa (50.000 notas/mês)

Sistema legado:

Taxa de erro: 3% (1.500 notas/mês com problema)
Tempo de correção manual: impossível em prazo hábil
Custo de retrabalho: 375 horas/mês (9 funcionários em tempo integral)
Risco de autuação: CRÍTICO (volume de erros impossível de corrigir em 60 dias)
Perda de crédito: R$ 500.000 a R$ 2.000.000 em 2026

Com Auditto:

Taxa de erro: < 0,3% (150 notas/mês com problema, detectadas ANTES da emissão)
Tempo de correção: automático e escalável
Custo de retrabalho: mínimo
Risco de autuação: BAIXO (conformidade > 99,7%)
Perda de crédito: mínima

ROI da tecnologia: investimento se paga em menos de 30 dias.

O que fazer nos próximos 16 dias

Se você chegou até aqui e percebeu que seu sistema não está pronto, ainda há tempo, mas é preciso agir com urgência.

Ações críticas (16 a 20 de dezembro):

Auditoria tecnológica emergencial: Contrate especialistas para avaliar se seu sistema aguenta 2026
Teste de carga real: Simule emissão de notas com volume real de operações
Identificação de gargalos críticos: Quais pontos do sistema vão travar?
Decisão go/no-go: Sistema está pronto ou precisa de solução alternativa?

Ações importantes (21 a 27 de dezembro):

Implementação de correções urgentes: Ajustes críticos no ERP/sistema fiscal
Contratação de tecnologia complementar: Se sistema interno não aguenta, busque solução externa (como Auditto)
Treinamento relâmpago de equipe: Processos vão mudar em janeiro, equipe precisa estar preparada
Estruturação de plano B: Se o sistema travar, qual a contingência?

Ações fundamentais (28 a 31 de dezembro):

Validação final: Último teste antes do go-live
Stand-by técnico: Equipe disponível 24/7 nos primeiros dias de janeiro
Comunicação interna: Todos os stakeholders cientes dos riscos e plano de ação
Acionamento de parceiros: Fornecedores, contadores, consultores — todos alinhados

E se não der tempo?

Seja realista: se seu sistema não está pronto em 16 de dezembro, não vai estar pronto em 31 de dezembro.

Nesse caso, busque tecnologia externa emergencialmente.

A Auditto pode ser implementada em dias (não em meses) e garante conformidade imediata.

Não arrisque travar sua operação em janeiro.

Não arrisque autuações por falta de tecnologia adequada.

A diferença entre empresas que vão prosperar na transição e empresas que vão acumular passivos é simples: tecnologia fiscal robusta, automatizada e escalável.

A Auditto entrega: